DE OLHO NO SETOR 2
No dia 3 de outubro, na Arena Inspiração do Modern Construction Show, aconteceu o Seminário AsBEA-SP – Projetando para a construção de edifícios residenciais industrializados. O evento, organizado pela Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura de São Paulo, foi aberto por seu presidente, Gustavo Garrido, que ressaltou que a arquitetura brasileira é conhecida por sua originalidade e plasticidade. “Pioneira na construção da identidade moderna, vem emergindo questões urgentes para serem tratadas: escassez de mão de obra, baixa qualidade construtiva, preocupação com sustentabilidade e mudanças climáticas. A industrialização será indispensável daqui para frente, sendo importante manter a originalidade da arquitetura, além da eficiência, qualidade”, destacou.
Nesse cenário, os escritórios tem papel central, de acordo com Garrido, atendendo aos anseios dos desenvolvedores, promovendo soluções e revolucionando a forma de fazer arquitetura, impactando na qualidade de vida das cidades, assim como a produtividade.
Em 2021, a AsBEA-SP iniciou um levantamento de informações sobre a situação da industrialização da construção de edifícios residenciais no Brasil, com o objetivo de fomentar e desenvolver a atividade neste mercado. Na primeira etapa deste trabalho foi elaborado um diagnóstico em conjunto com o SindusCon-SP que resultou em um manifesto (julho de 2022) e um seminário bastante abrangente sobre o tema (agosto de 2022) com a participação de arquitetos, construtores, incorporadores, além de representantes da administração pública, como o então Secretário de Habitação do Estado de São Paulo, Flavio Augusto Ayres Amary, e Secretário de Habitação do Município de São Paulo, João Siqueira de Farias.
Subsequentemente a AsBEA-SP formou um GT (Grupo de Trabalho) com o objetivo de abordar questões técnicas, ambientais, sociais e econômicas em busca de soluções práticas para o efetivo desenvolvimento da industrialização da construção de edifícios residenciais no Brasil.
O primeiro painel do Seminário, intitulado “Panorama da industrialização do Brasil” contou com a participação de Íria Doniak, de Laura Marcellini, diretora técnica da Abramat, e de Paulo Mingione, Membro efetivo do Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ) do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), além de Ítala Cavalcanti, desenvolvimento de Produtos da Engenharia B&C da Hydro, e Giulia Seronato, coordenadora de Especificação da Saint-Gobain do Brasil.
A engenheira Laura trouxe um histórico do trabalho realizado em prol da industrialização da construção e os resultados do eixo industrialização do Projeto Construa Brasil. Reforçou que o tema já faz parte da agenda das entidades e de fóruns há bastante tempo, desde 2008, quando iniciadas as ações no âmbito da FIESP e com a política de desenvolvimento industrial. “Naquela época, no contexto do Programa de Inovação Tecnológica (PIT) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a Abramat liderou um grupo de trabalho voltado à industrialização. Havia um problema sério de tributação, sendo desfavorável para a construção industrializada”, recordou.
No mesmo painel de Íria, participaram também Laura Marcellini, da Abramat, e Paulo Mingione, do Sinduscon-SP
Mencionou ainda o desenvolvimento do Manual da Construção Industrializada da ABDI, a participação em vários Construbusiness da FIESP, do Folder sobre os 10 benefícios da Construção Industrializada para o Ministério da Economia até o lançamento do edital desse Ministério e o projeto Construa Brasil, que está se encerrando neste ano e que conta com os eixos desburocratização e digitalização, além da industrialização, que atuou para identificação, adequação e regulamento técnico para incentivo a coordenação modular, e o incentivo à construção industrializada.