Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 33 - dezembro de 2024

DE OLHO NO SETOR 2

Modern Construction Show reforça o papel da industrialização para o crescimento sustentável da construção

Em sua apresentação, comentou ainda sobre as infinitas possibilidades do uso de painéis arquitetônicos trazendo exemplos desde os edifícios icônicos da Faria Lima Edifício San Paolo e Plaza Iguatemi até cases mais recentes.  Em edifício altos, os dois empreendimentos  relevantes para o setor da pré-fabricação em concreto: São José da Terra Firme, em Santa Catarina, e Pátio Dom Luís, no Ceará, e mais recentemente o Parque da Cidade, em São Paulo, que usou um mix de sistemas construtivos, 5 subsolos integralmente com adoção de estruturas pré-fabricadas de concreto e nas 3 torres, núcleo rígido em concreto com formas deslizantes, pilares moldados no local, vigas e lajes protendidas pré-fabricadas de concreto bem como painéis de fachada. “Temos pré-fabricados em edifícios altos com mais de 20 anos”, destacou Íria.

O sistema tem sido utilizado também em projetos do Minha Casa Minha Vida, com sistemas credenciados pelo Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H). Em Minas Gerais, foi construído um conjunto habitacional, com grande contribuição da arquitetura, que é fundamental para debater a urbanização dos espaços.

“Temos muitos arquitetos em diferentes segmentos interagindo com nossa indústria, que está aberta para esse diálogo e interação. Precisamos trabalhar juntos sempre”, salientou Íria, que relembrou uma publicação na Revista Techne, que retratou, em 2008, o potencial da pré-fabricação em concreto em empreendimentos de elevada altura.

A palestra de Íria contemplou ainda conceitos rápidos relacionados aos projetos e características importantes como precisão, padronização, continuidade, mecanização, repetibilidade, divisibilidade, planejamento, controle, permutabilidade e transportabilidade, e tratou da coordenação modular, modularidade e modulação e das tipologias possíveis. Outro aspecto fundamental foram as ligações. “Um projetista estrutural atuando de forma integrada com o arquiteto, pode buscar principalmente se a estrutura for aparente, soluções que sejam economicamente viáveis e de fácil execução da ligação no canteiro. São aspectos de planejamento, mas que no final impactam diretamente na estética e qualidade final da solução aplicada”, explanou.

A presidente executiva da Abcic refletiu ainda sobre a necessidade de habitabilidade, arquitetura e urbanismo, que deve estar contemplada em políticas públicas. “Queremos que a industrialização atenda as demandas da arquitetura, ou seja, atuar de forma transformadora, fomentando cidades inteligentes. A modernização e racionalização da produção permanecem sendo o maior desafio da construção brasileira. Os programas habitacionais poderiam incluir elementos pré-fabricados para a produção em larga escala, o que agilizaria a construção de novas moradias”, complementou.

A experiência do construtor e do incorporador foi tratada por Paulo Mingione, que reiterou o papel da industrialização para o aumento da produtividade no setor e analisou o aquecimento do mercado, mesmo diante do desafio da falta de mão de obra. “Os trabalhadores estão envelhecendo. Há cinco anos a média de idade era de 37 anos, e hoje está em 40/41 anos. Poucos profissionais entrantes, o que não é suficiente para contrabalancear os que se aposentaram”, ponderou.

Na visão de Mingione, os projetos estão maiores e mais complexos e o Plano Diretor de São Paulo, por exemplo, incentiva a produção imobiliária acima de 35 andares, com atendimento de requisitos desempenho, vedação, maiores fachadas, entre outros. Abordou ainda os novos modelos de financiamento de projeto, com a entrada do mercado de capitais, a maior digitalização e a crescente preocupação com questões ambientais.


Em relação a construção industrializada, afirmou que há diversos desafios a serem vencidos, como a falta de equidade tributária, a pauta fiscal, o custo de capital mais elevado, as modalidades de financiamento que são pensadas na construção convencional, custo maior do sistema industrializado e marco regulatório que atrapalha o ganho de escala e a padronização. “Em relação a parte técnica, uma questão fundamental é a necessidade de capacitar engenheiros, arquitetos e outros profissionais para se projetar e gerir os empreendimentos nesse modelo de construção e para a execução da obra propriamente dita. A logística, por exemplo, precisa ser muito bem pensada”, refletiu.

Nós usamos cookies para compreender o que o visitante do site Industrializar em Concreto precisa e melhorar sua experiência como usuário. Ao clicar em “Aceitar” você estará de acordo com o uso desses cookies. Saiba mais!