Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 33 - dezembro de 2024

DE OLHO NO SETOR 2

Modern Construction Show reforça o papel da industrialização para o crescimento sustentável da construção

O segundo painel “Macroeconômico: Tributação, Cenário Político e Econômico” foi aberto por Robertto Freitas, vice-presidente da AsBEA-SP. “Nossos associados estão preparados para juntos com os demais players enfrentar esse processo de amadurecimento da construção civil, participando da racionalização chegando a industrialização. Estamos preparados para facilitar esse processo, nossas equipes estão integradas no Business Inteligence e temos a inteligência artificial entrando no processo. Tenho certeza de que é um momento propício para a industrialização”, enfatizou.

O panorama da economia e do mercado imobiliário foi abordado por Celso Petrucci, economista-chefe do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), que afirmou que até o final do ano serão 1 milhão de operações de financiamentos imobiliários realizados e que o sistema financeiro, estipulado em 2004, deu garantias aos bancos, porque a última coisa que o brasileiro deixa de pagar é o financiamento imobiliário. Contou que os bancos são responsáveis por financiar a produção e que as pessoas físicas emprestam em média 65% do valor total do imóvel.

Em 2024, segundo Petrucci, este ano, serão R$ 300 bilhões de financiamento imobiliário e mais R$ 200 bilhões advindos do mercado de capitais. “Ano que vem, a expectativa é de crescimento do montante advindo do mercado de capitais”. A cidade de São Paulo tem entre 15% e 20% do mercado imobiliário, enquanto o Estado de São Paulo, entre 40 a 45% desse setor. Ele reiterou também a importância do Minha Casa Minha Vida para acesso aos imóveis pelas famílias. “Nosso esforço está dando certo, estamos tirando o MCMV da periferia e trazendo para bairros centrais. As vendas nos últimos 12 meses foram 92,5 mil unidades somente em São Paulo”.

Em relação às expectativas, Petrucci afirmou que o mercado imobiliário deve continuar crescendo, mas que isso vai depender da disponibilidade de recursos para continuar a produção. “A manutenção da taxa para o comprador final precisa estar sempre mais acessível porque é isso que dá fôlego ao mercado”, concluiu.

A palestra seguinte foi ministrada por Luiz França, presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), que evidenciou a importância da proximidade do setor, citando a criação do grupo Do Mesmo Lado, que reúne toda cadeia produtiva, incluindo a Abcic. “Toda cadeia produtiva está preparada para trabalhar junto, dividindo e discutindo pontos fundamentais”, disse.

Ele retratou a contribuição da construção para movimentar a economia e como o setor tem se pautado pelo uso de tecnologia para aumentar sua produtividade. “Precisamos incentivar o uso do BIM, porque apenas 20% do mercado em aplicado a metodologia, que traz mais eficiência e ganhos no processo, como redução de desperdício”, explicou.

Sobre a reforma tributária, França contou que foi contratado um estudo que mostra que o IVA para o setor deveria ser de 8%, ou seja, seria necessário um desconto de 60%, mas foi dado apenas 40% de desconto. “Esse percentual de 60% seria neutralidade, mas o valor aprovado vai gerar impacto negativo para toda a cadeia produtiva, especialmente para o comprador, que sofrerá com o aumento do preço dos imóveis”, alertou.

Em relação à construção industrializada, França frisou que a reforma tributária será importante para que a industrialização passe a ser viável no Brasil. “Isso vai ser importante para cada vez mais levar maior eficiência para a construção, reduzindo custos”, avaliou. Para ele, o problema de mão de obra está bastante sério. “Mesmo que o pai tenha trabalhado e crescido em uma incorporadora, os filhos buscam outras profissões. Com a industrialização, conseguimos diminuir esse gargalo para que o Brasil possa continuar a crescer. Há um déficit de sete milhões de moradias. Mesmo com a elevação de preços de imóveis, ao consultar rankings de valores de imóveis por metro quadrado em diferentes cidades do mundo, o preço ainda é barato em nosso país”, explanou. 

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