DE OLHO NO SETOR 2
O segundo painel “A importância da pré-fabricação em concreto nas obras de infraestrutura viária” contou com outra palestra de Íria, que apresentou diversos cases da aplicação de pré-fabricados de concreto nesta área, ressaltando os benefícios do sistema para mobilidade urbana e infraestrutura rodoviária. Também comentou sobre o uso da industrialização em obras de educação, como o Fábricas de Escola do Amanhã, no Rio de Janeiro, que propiciou o aumento do número de alunos por sala de aula, diminuição de aditivos contratuais e sem manutenção.
O engenheiro e professor Fernando Rebouças Stucchi, da EGT Engenharia e da Poli-USP, também mostrou aos participantes diversos cases importantes nessa área e citou a aplicação das estruturas pré-fabricadas de concreto em equipamentos esportivos.
Tanto a Arena Grêmio, como a Arena Corinthians receberam uma quantidade enorme de peças pré-moldadas de concreto. “Os estádios não podem vibrar com a agitação dos torcedores nas arquibancadas, não podem ter apoios de Neoprene. Precisam ser projetados como prédios de elevada altura”, explicou. “Nessas obras, cada lance de pilar recebia ponte de emenda, descendo outro pilar e faz o atarraxamento”, acrescentou.
Outras infraestruturas abordadas por Stucchi foram o metrô, com túneis com paredes pré-moldadas, e as pontes Salvador-Itaparica e Rio-Niterói, com extensões de 12,5 mil metros e 8,5 mil metros. “Em Portugal, as pontes são feitas com elementos pré-moldados de 100 metros e todas as soluções são resultado de uma junção construtiva e inteligente entre a construtora e o projetista”, comentou o professor.
Ele abordou as diferenças da construção na Europa com o Brasil, citando a questão de se fazer lajes sem estribo no Brasil e na Europa, com estribo de 25 cm, apresentou cases de obras de mobilidade urbana no país com pré-moldados e citou a possibilidade de se ter peças pré-moldadas para a construção de avenidas e estradas, que possuem alta durabilidade e menor manutenção. Por isso, ele conversou sobre o tema com órgãos federais e estaduais relacionados às rodovias.
Marcos Monteiro, Secretário Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras de São Paulo, comentou que a gestão pública do SIURB não tem qualquer restrição sobre o uso de sistemas construtivos industrializados. “A tabela SIURB editada pelo município apura os serviços, materiais e seus custos, contemplando sistemas racionalizados e os pré-moldados de concreto”, contou.
Ele mencionou os diversos benefícios da industrialização, como qualidade, tempo, durabilidade e produtividade. Em relação ao prazo das obras, reiterou que cada gestão tem um período de quatro anos e a demanda por inauguração de projetos de infraestrutura. “O tempo é muito importante e quando se une qualidade e cronograma é muito melhor”, salientou. Abordou também a necessidade de se ter bons projetos, com soluções com menor custo, principalmente porque o Tribunal de Contas do Município sempre faz uma avaliação sobre os projetos, questionando as soluções implementadas, então, segundo o secretário, é preciso ter subsídios para responder as perguntas dos órgãos de controle.
Sobre as obras da prefeitura que aplicaram a pré-fabricação de concreto, Monteiro mostrou diversos exemplos, como 45 novas creches construídas com elementos pré-moldados em projeto padrão, a abertura da licitação para seis novos CEUs, com estruturas também que utilizam o sistema construtivo. “Para a gestão pública, os sistemas racionalizados são importantes”, pontuou.
A Abcic e seus associados expositores, durante o Modern Construction Show, receberam autoridades, especialistas nacionais e