INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA
Projetos de pequeno porte, em edificações e na área de infraestrutura mostram como o sistema construtivo atende requisitos de qualidade, produtividade, eficiência, segurança e durabilidade. Outro ponto fundamental é contribuir para a redução da pegada DE CARBONO das obras, uma vez que a pré-fabricação de concreto está pautada no menor consumo de materiais, de recursos naturais e de energia
Também foi necessário o desenvolvimento de uma solução alternativa e a aprovação do projeto junto à Rumo e à CCR, devido à sua curvatura e esconsidade, visto que o projeto inicial da OAE km 89+100 previa vigas longarinas metálicas de 63,45m no vão sobre a linha férrea da Rumo, que impactaria o funcionamento da ferrovia durante a montagem das estruturas metálicas com duração prevista de 21 dias, além de causar desconforto aos usuários da rodovia.
Desse modo, a Tranenge Construções e a Enescil, escritório de projetos, cujo projetista responsável pela obra foi o engenheiro Catão Francisco Ribeiro, apresentaram um estudo alternativo adequando a obra para uma solução industrializada em vigas pré-moldadas de concreto protendido, sendo a maior viga com 45,90m de comprimento e peso de 112 toneladas, que reduziria o impacto sobre a linha férrea e para os usuários da rodovia, visto que a montagem das 12 vigas ocorreu em apenas 10 horas, minimizando o tempo necessário para desvio de tráfego.
Além disso, para viabilizar a montagem do maior vão, foi preciso adotar soluções diferenciadas para o plano de Rigging, como por exemplo, a implantação de blocos de fundação estaqueados ao lado do tabuleiro para o patolamento dos dois guindastes Grove GMK 7450 (450 T). A montagem contou com 100 profissionais, devido sua complexidade.
“A obra tem como destaque a concepção do projeto alternativo e estudo de Rigging, além da solução em pré-moldados adequando-se à geometria em curvatura acentuada, com superelevação de 6,7% na transversal e vãos assimétricos devido à grande esconsidade dos apoios para encaixe com a faixa de domínio da ferrovia”, disse Moraes, que complementou que os principais benefícios nessa obra foram a redução significativa do prazo, padronização dos projetos executivos, melhor controle de qualidade e contribuição com as práticas de sustentabilidade ambiental.
A menção honrosa do Prêmio Obra do Ano na categoria Infraestrutura ficou para o Viaduto sobre Linha Férrea, situado em Jales, no interior de São Paulo. A obra da Rumo teve o objetivo de encerrar um conflito urbano, uma vez que a população fazia a travessia da ferrovia por uma passagem em nível, que não apresentava segurança. Nesse local, os moradores precisavam aguardar a passagem da locomotiva.
A estrutura havia sido concebida pela Rumo como um caixão perdido moldado in-loco, totalmente cimbrado. Contudo, esse tipo de estrutura poderia acarretar em um grande impacto no fluxo de trens, em risco de os materiais caírem na linha férrea, e no aumento do risco de acidentes pela grande quantidade de funcionários alocados na obra. “A solução foi alterar o projeto para o sistema de peças pré-moldadas industrializadas e assim reduzir 60% do efetivo de funcionários do risco no local, além da redução de 30% do prazo”, afirmou Wagner Santos Jorge, diretor de Obras da Tranenge Construções.
O projeto estrutural é de autoria do engenheiro Catão Francisco Ribeiro (Enescil Engenharia de Projetos). As estruturas foram compostas por fundações profundas em estacas pré-moldadas (infraestrutura); pilares e vigas travessas moldadas in-loco (mesoestrutura); e executadas em paralelo com a produção in-loco foram fabricadas vigas longarinas com sistema Tranenge de pré-tensão e pré-lajes pré-fabricadas (superestrutura).