INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA
Nesta matéria especial, a Revista Industrializar em Concreto destaca as características dos projetos homenageados em todas as edições do Prêmio Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto, ressaltando como a ousadia, a inovação, a beleza, a qualidade, a segurança, a sustentabilidade e a produtividade estão sempre contempladas nas obras realizadas pelo setor
O prédio EMG da Energisa possui balanços de três, quatro metros para cada lado, sem apoios intermediários e consolos
O projeto foi pensado para ter uma solução de uma estrutura mais pesada, com menos movimentação de peças. Possui uma modulação de pilares de 12,5x15m, vãos de 20 metros nas principais vigas, que são duplas, com lajes alveolares LP40. Como a obra era térrea, não havia dificuldade na montagem, ganhando velocidade. Novamente, a Cassol enfrentou o desafio da distância, de cerca de mil quilômetros da fábrica do Rio de Janeiro, em uma estrada com oscilações, o que significava que haveria trepidações e possíveis fissuras ao longo do percurso.
Já a menção honrosa da categoria Infraestrutura foi recebida pela fabricação e montagem das torres eólicas do Complexo Eólico Santo Inácio, em dois estados, no Ceará e no Rio Grande do Norte. A obra é composta por 47 torres elaboradas em concreto pré-fabricado produzido em uma unidade fabril da Cassol Pré-Fabricados a 80 km de distância do local, na cidade de Aracati, no Ceará. A produção total de elementos pré-fabricados de até 17 metros de comprimento contou com a fabricação de 2209 peças denominadas aduelas. Todo o projeto foi elaborado para que a mobilidade do transporte ocorresse dentro das condições existentes nas vias rurais. As peças esbeltas eram armazenadas sob um rígido critério de estocagem que coibia a formação de fissuras e flechas. O projeto estrutural é de autoria de Murilo Cassol.
O vencedor na categoria Pequenas Obras foi o prédio EMG da Energisa, situado em Cataguases (MG). O edifício multipavimentos, com superestrutura pré-fabricada de concreto armado e protendido, composta de pilares circulares segmentados, vigas e lajes alveolares fornecidas pela Bemarco Estruturas, foi inaugurado em comemoração aos 113 anos da empresa.
O projeto de estruturas, que ficou a cargo de Rogério Cierro, contava com lajes planas nervuradas com espessuras muito baixas. O desafio foi transformar o que havia sido detalhado no projeto executivo em uma linguagem para o pré-fabricado de concreto, com repetitividade e demais características que o sistema construtivo precisa ter. Apesar de não ser uma tão alta, com cinco pavimentos, possui balanços de três, quatro metros para cada lado, sem apoios intermediários e consolos. A obra se caracteriza por sua esbeltez, sendo toda seccionada, montada pavimento a pavimento.
Com investimentos da ordem de R$ 40 milhões, o prédio se transformou em um novo marco no Distrito Industrial da cidade, ao adotar uma entrada evidenciada pela empena angulada de grande volume, que abriga o centro de operações da empresa, e um painel artístico iluminado à noite, além de diversos conceitos modernos de sustentabilidade e tecnologia, além do uso de iluminação e ventilação naturais.
O renomado escritório internacional de arquitetura Davis Brody Bond, com sede em Nova York e filial em São Paulo, foi contratado para desenvolver o projeto arquitetônico e os demais projetos dessa edificação, assim como a compatibilização técnica entre eles. A arquiteta Anna Dietzsch foi responsável pelo projeto, que possui uma arquitetura superdiferenciada, com muitos balanços, estrutura muito esbelta e pilares redondos.
O projeto tem uma angulação e tem variações em planta e em corte, o que dificultava o trabalho, especialmente, para o pré-moldado de concreto. O sistema adotado garantiu liberdade de solução, possibilitando a adaptação do sistema da Bemarco, aliado a estruturas metálicas e moldadas in loco, evitando o redesenho do projeto em pontos específicos de interesse. Foi assim possível manter o partido arquitetônico em geral. Além disso, adotou-se um encaixe de viga e laje que possibilitou um entreforro livre para a infraestrutura de elétrica e climatização, e o fechamento da fachada inclinada possibilitou rapidez na execução, sem a necessidade de acabamento posterior no painel.
A menção honrosa da categoria Pequenas Obras ficou para a Torre de Mistura 08 da Fospar Fertilizantes, localizada na cidade de Paranaguá (PR). A obra é uma torre de transferência de materiais, com 30 metros de altura, composta por 5 pavimentos que recebem maquinários e esteiras metálicas para transferência de insumos, entre uma torre e outra. Originalmente concebida para ser executada moldada in loco, porém foi desenvolvida uma solução em construção pré-fabricada de concreto para acelerar o processo construtivo, de forma a atender todas as exigências arquitetônicas e garantir o prazo do cronograma. A torre deveria ser montada e solidarizada no período de paralisação da Fospar e em tempo hábil para receber as estruturas metálicas de transferência de materiais. Além disso, por estar localizada em ambiente duplamente agressivo pelo produto da Fospar e por estar em região próxima ao mar a obra requereu cuidados especiais quanto à durabilidade. A Cassol Pré-Fabricados de Concreto forneceu as estruturas em pré-fabricados de concreto para esta obra.