INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA
Solução construtiva sempre é avaliada na etapa de projeto e tem sido cada vez mais empregada em obras de infraestrutura rodoviária e de mobilidade urbana, contribuindo de forma direta para a redução do prazo, de custos, do período de interferência nas operações, de desperdícios e de exposição a riscos de segurança no ambiente da obra
A pré-fabricação de concreto foi escolhida pela Arteris – Autopista Litoral Sul para a construção de três viadutos (OAE3, OAE4 e PS1) no trecho norte do Contorno de Florianópolis, situado na Rodovia BR-101, em Biguaçu, Santa Catarina, cujo objetivo era melhorar consideravelmente o fluxo de veículos na área metropolitana da cidade. O projeto abrangeu uma extensão total de 994 metros, uma área de 10.209 m² e um volume de concreto de 9.650 m³.
A PS1 consiste em um viaduto sobre o traçado do Contorno de Florianópolis no km 178+820, com comprimento de 182 metros e largura de 11,65 metros, com 6 vãos de 4 vigas pré-moldadas de comprimento 29 metros e peso de 57 toneladas. A montagem das 24 vigas pré-moldadas e das 1.008 pré-lajes foi executada em uma semana.
Já a OAE3 é um viaduto sobre o novo traçado da BR-101 para ligação de acesso do fluxo sentido sul ao Contorno Viário, com 418 metros de extensão e 12 metros de largura, com 10 vãos de 4 vigas pré-moldadas com comprimento de 40 metros e peso de 85 toneladas, totalizando 40 vigas longarinas e 2.340 placas de pré-lajes.
E, a OAE4 é um viaduto sobre a BR-101 para acesso do fluxo sentido norte ao Contorno Viário, com comprimento de 394 metros e largura de 7,80 metros, com 10 vãos de até 35 metros de comprimento, em caixão perdido moldado no local e protendido, tendo em ambas extremidades mais 2 vãos com 3 vigas pré-moldadas de 24,6 metros de comprimento e peso de 42,4 toneladas. O escoramento do vão sobre a rodovia exigiu uma solução especial, por isso a Tranenge, em parceria com a Ulma, elaborou e executou a estrutura de escoramento invertido formado por treliças do sistema MK.
A montagem das 52 vigas foi realizada utilizando um guindaste de 450 toneladas para lançamento, 2 guindastes de 130 toneladas para carregamento e 2 conjuntos transportadores constituídos por uma linha de eixo e uma carreta prancha, com mesa de giro nas duas extremidades de apoio da viga. Em média foram montadas 5 vigas por dia. Para a montagem das pré-lajes foram utilizados guindastes de 50 toneladas e 2 carretas comuns, com média de 100 pré-lajes por dia. Para a viabilização da montagem das vigas, foi elaborado um estudo preciso e desenvolvido um plano de rigging, garantindo toda a segurança da operação.
Segundo Diógenes Vasques, gerente de Contrato da Tranenge, um aspecto peculiar e desafiador na realização das obras foi a condição dos aterros, que foram projetados com adensamento de recalque pela empresa contratante. “Os prazos estabelecidos para esse adensamento não coincidiam com o cronograma contratual, o que significava que esperar pela completa acomodação do aterro para liberar o estaqueamento resultaria em um atraso de seis meses. Além disso, poderia acarretar cargas não previstas nas fundações, comprometendo a viabilidade da execução das estacas raiz conforme o projeto executivo inicial. A solução proposta foi, portanto, utilizar estacão em vez de estacas raiz, reduzindo imprevistos e assegurando o cumprimento do prazo”, explica.
PR-092 Duplicação da Rodovia dos Minérios
Cliente: OECI S.A.
Volume de concreto: 3.282m³
Tipo de peças: vigas longarinas, pré-lajes e pingadeiras
Projeto Estrutural: Jacídio Albini Salgado (Engemin)
Indústria de Pré-Fabricados: Cassol Pré-Fabricados
Período de execução: 29 de abril de 2020 - prazo não informado
Para atender as demandas da obra, a Tranenge realizou a produção das peças em pistas de fabricação no próprio canteiro de obras, enquanto as fundações e outras obras preliminares foram sendo realizadas no local. Essa estratégia permitiu a redução significativa do tempo total de construção. “No geral, a evolução do uso de pré-fabricados na infraestrutura tem sido marcada por avanços tecnológicos, preocupações com sustentabilidade, eficiência construtiva e melhorias na qualidade e flexibilidade de design. Essas tendências continuam a impulsionar o crescimento e a inovação nesse segmento da construção civil”, diz Vasques.