Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 31 - abril de 2024

INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA

Pré-fabricado de concreto: essencial para a modernização de rodovias e da mobilidade urbana

Solução construtiva sempre é avaliada na etapa de projeto e tem sido cada vez mais empregada em obras de infraestrutura rodoviária e de mobilidade urbana, contribuindo de forma direta para a redução do prazo, de custos, do período de interferência nas operações, de desperdícios e de exposição a riscos de segurança no ambiente da obra

Ainda no Sul do Brasil, a Cassol Pré-Fabricados realizou a produção e fornecimento de longarinas, pré-lajes e pingadeiras para a execução de cinco pontes e quatro viadutos para execução da PR-092 - Duplicação da Rodovia dos Minérios, importante ligação entre as cidades de Curitiba, Almirante Tamandaré e Rio Branco do Sul, no estado do Paraná, para melhorar o trânsito na região. 

A pré-fabricação foi aplicada com o objetivo de reduzir a necessidade de contratação de mão-de-obra, o prazo da obra, garantir a qualidade e para eliminar a necessidade de execução de pistas de produção de peças no canteiro, uma vez que o projeto inicial seria pré-moldar no local. Além disso, diminuiu os períodos de interdições da rodovia, que é uma importante via local.

A obra contou com longarinas de comprimentos que variam de 14,6 a 39,6 metros, com força inicial de protensão em torno de 207 tf. Para viabilização das peças em ambiente fabril, foi necessário o desenvolvimento do projeto de pós tensão e realizado o estudo de viabilidade de transporte, uma vez que 83% das longarinas possuíam comprimento mínimo de 38,7 metros. Também foram produzidas peças de pré-lajes com 5 cm de espessura para confecção do tabuleiro, bem como pingadeiras de 67 centímetros de altura, com espessura de 7,5 a 10 centímetros.

Obra exigiu desenvolvimento do projeto de pós tensão e o estudo de viabilidade de transporte, pois as as peças que compunham o conjunto com o cavalinho chegavam a 45 metros de comprimento

Segundo Bruno Viana, responsável pela Expedição e Logística da Cassol, um dos desafios desse projeto foi o estudo logístico do percurso da unidade fabril de Araucária aos locais de entrega no canteiro, porque embora o trajeto não seja longo - em torno de 33 quilômetros de distância -, as peças que compunham o conjunto com o cavalinho chegavam a 45 metros de comprimento. Diante disso, foram detectados dois pontos principais de necessidade de planejamento e adequação, que correspondiam a duas alças de acesso que, no percurso normal do trânsito, o conjunto não conseguiria fazer a curva. 

Assim, foi desenvolvido um plano de interdição de pistas e adquiridos sistemas extras de acompanhamento durante o percurso para garantirem a segurança da carga e dos usuários no percurso das rodovias. “Em conjunto com a análise logística, foi desenvolvido o sistema de transporte, onde foi necessário realizar adequações de equipamentos próprios para desenvolvimento de dolly e prancha com dispositivos seguros para o transporte. Tanto o planejamento do percurso como as adequações dos sistemas de transporte foram essenciais para a viabilidade da obra, porque o transporte para peças pesadas como as longarinas de quase 40 metros, geralmente são muito onerosos”, explicou.

Duplicação Viaduto Camargos

Cliente: Construtora Mello Azevedo
Gerenciadora: Reta Engenharia
Volume de concreto: 990m³ 
Tipo de peças: Vigas com 1,80m de altura em seção caixão com 41,00m de vão e pré-lajes
Projeto Estrutural: CEPROL Engenharia / Engenheiro e Professor Sebastião Salvador 
Real Pereira
Indústria de Pré-Fabricados: Precon
Período de execução: março a maio de 2023

O planejamento de produção foi outro desafio, pois nunca havia sido carregada peça na fábrica com o peso da longarina, de quase 80 toneladas, e as peças seriam produzidas dentro das naves de produção. Todas as peças teriam de ser içadas com o sistema de quatro pontes rolantes, que tiveram que ser ajustadas as velocidades dos carrinhos, com a mesma rotação de todos os equipamentos, para que não houvessem riscos. A movimentação ocorria com dois operadores de ponte rolante, operando duas pontes sincronizadas cada um. Para o içamento das peças, foram desenvolvidos balancins e dispositivos especiais”, detalha Marcos Aurélio Garcia, responsável pela Manutenção da Cassol.

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