Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 26 - setembro de 2022

PROJETANDO COM PRÉ-FABRICADO

Pré-fabricado de concreto viabiliza a construção de novas arenas esportivas

Após o sucesso obtido nas Olimpíadas 2016, no Rio de Janeiro, na Copa de 2014 e também nos Jogos Pan-Americano de 2007, o sistema construtivo está consolidado como alternativa eficiente na construção e reforma de estádios e arenas multiusos, e mostra sua adaptabilidade para atender novos projetos inovadores e cronogramas ousados

O estádio pretende adotar um sistema de aproveitamento de água pluvial e terá equipamentos com tecnologia LED e ser um dos únicos no Brasil que utilizará esse moderno sistema no campo de jogo. Haverá também a adoção de outros dispositivos economizadores de energia elétrica. Também com contrapartida por sua construção: a preservação de uma área de 26 mil m² ao lado da futura Arena; a transformação da Mata dos Morcegos em um parque linear, cuja construção, implantação, arborização, urbanização e manutenção das instalações e áreas verdes serão de responsabilidade da Arena pelos próximos 30 anos; e a plantação, nos próximos 10 anos, de 46 mil mudas na cidade de Belo Horizonte. Todos estes cuidados visando os aspectos de sustentabilidade nas distintas etapas do ciclo de vida do empreendimento se alinham com o conceito da industrialização. 

Para a produção das estruturas em concreto armado e protendido, que permitiram montagem dos grandes vãos livres previstos no projeto, os vergalhões, telas, perfis e treliças foram fornecidos pela ArcelorMittal e as cordoalhas, pela Belgo Bekaert, subsidiária da ArcelorMittal. A protensão é uma tecnologia presente que sempre traz muitas possibilidades e soluções.   

A Arena MRV tem previsão de entrega em dezembro deste ano. Serão cinco eventos de inauguração, que servirão como testes para o funcionamento do estádio. O primeiro será no dia 25 de março, data da fundação do Atlético Mineiro. 


O grande número de elementos exigiu um alinhamento entre as diversas disciplinas e um planejamento assertivo e detalhado

Vencendo projetos
Assim como a Arena MRV, a Arena Fonte Nova (BA) também contou com uma multiplicidade nos formatos e tamanhos das peças pré-fabricadas. Não houve nenhum pilar de apoio rigorosamente igual, os pilares e os consoles foram produzidos com inclinações variadas e houve um grande número de lajes diferentes. O pré-fabricado de concreto atendeu o cronograma ousado da obra, tanto é que a Arena foi uma das sedes da Copa das Confederações, realizada um ano antes da Copa do Mundo. A reforma do estádio teve outra característica que foi a sustentabilidade, uma vez que os trabalhos de reforma contaram com processos de demolição mecanizada e reaproveitamento de resíduos. 

Também no Mineirão (MG), os processos de demolição foram realizados mecanicamente. Já na fase de construção, a arquibancada também teve um trecho construído com peças variáveis em concreto pré-fabricado, o que aumentou o grau de dificuldade de execução e montagem.  Para manter a identidade do estádio, as estruturas foram replicadas na construção da Esplanada, que fica no entorno do estádio. A regra da obra era montar as peças assim que descarregadas. Com isso, os mineiros também sediaram jogos da Copa das Confederações. 

Uma dos obras emblemáticas para a Copa 2014 foi a Arena Corinthians, utilizada na abertura da Copa de 2014. Com projeto arquitetônico de autoria do escritório CDC Arquitetos em parceria com DDG Arquitetura, e projeto estrutural da EGT Engenharia e Fhecor do Brasil, o projeto contou com o pré-fabricado de concreto devido à rapidez na construção e uma maior racionalização do uso do concreto. 

Coutinho, que conversou com a revista Industrializar em Concreto à época da Copa do Mundo, contou que a filosofia de design é de um estádio com laterais abertas para que o público seja visto pelas ruas e, ao mesmo tempo, compacto com uma arquitetura minimalista, com muita iluminação natural. 

Ele comentou ainda que o terreno tinha um desnível de 40 metros da parte superior para a parte inferior e já havia um vale natural. “Então, nós procuramos localizar o estádio dentro do vale para que ele pudesse ter o acesso pelo meio, e com isso, minimizar a necessidade de escadas e dar mais segurança tanto para acesso como para escape”, disse. Essa questão, somada a existência de tubulações da Transpetro (subsidiária da Petrobras) no solo que foram retiradas durante a construção da Arena, levou a um projeto complexo de fundações, que demandou estacas pré-fabricadas em sua maioria com 50 e 70 cm de diâmetro. Além disso, foi necessária também a utilização de estacas-raiz em vários estágios da construção.

As arquibancadas foram construídas com 2,7 mil peças com sete tipologias diferentes e 400 vigas com seis tipologias diferentes

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