Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 29 - setembro de 2023

ABCIC EM AÇÃO

Pré-fabricados de concreto dão sua contribuição à sustentabilidade: é o presente construindo o futuro

A Abcic reuniu o setor no Concrete Show, por meio do estande institucional e do Seminário Internacional, que contou com seis palestrantes do Brasil e do exterior. A feira também destacou a industrialização no painel especial sobre a transformação do setor da construção civil, que contou com a participação da engenheira Íria Doniak, presidente executiva da Abcic. O IBRACON tratou da sustentabilidade na área do concreto. A solenidade de abertura teve ainda as participações de representantes do Governo de São Paulo, da Prefeitura de São Paulo e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)

Um dos pontos de atenção do setor, segundo ele, é a necessidade de redução na geração de resíduos. Um dos caminhos apontados para atingir essa meta é o direcionamento de políticas públicas de habitação com o foco no desenvolvimento de projetos que utilizem sistemas construtivos industrializados. “Em 2022 foram consumidos no país cerca de 60 milhões de toneladas de cimento, sendo 70% deste total para obras de construção convencional e a autoconstrução, responsáveis por intensa geração de resíduos e desperdício de materiais”, afirmou Timerman. 

Neste sentido, o presidente da Abesc comentou sobre os benefícios do concreto dosado em central, levado para o canteiro de obras, que viabiliza separar a quantidade certa para aplicação, o que evita o desperdício do material. Já o diretor da Anapre falou que a evolução do piso de concreto está ligada diretamente às exigências e demandas do mercado consumidor deste material e trouxe dados da mais recente pesquisa realizada pela associação sobre o crescimento do uso de pisos de concreto no país. 

Sustentabilidade na cadeia do concreto

Outro destaque da programação foi o seminário sobre sustentabilidade realizado pelo IBRACON, que debateu os desafios e avanços da diminuição da pegada de carbono no setor. O professor Paulo Helene, presidente do IBRACON, destacou que a união de entidades do setor para monitorar e estabelecer novas pesquisas relacionadas à sustentabilidade e defendeu a importância de dados e estudos referentes ao mercado nacional. 

Para Helene, a cadeia construtiva do concreto é a grande responsável pelo desenvolvimento urbano, fornecendo a infraestrutura necessária para acompanhar o ritmo de crescimento da sociedade, portanto, não é cabível que o setor acumule estigmas negativos em relação à sustentabilidade. “Zerar a emissão de carbono nessa cadeia até 2050 ou 2060 é um dos maiores desafios tecnológicos do setor nos últimos 100 anos. Temos o grande papel social de atender às demandas de infraestrutura da sociedade, trabalhando incansavelmente na busca de soluções mais sustentáveis. Nosso compromisso com o meio ambiente existe há muito tempo e seguimos nos engajando cada vez mais com o tema”.

Newton Cavalieri (FIESP) discursa na solenidade de abertura do Concrete Show, que teve também as participações da secretária Juliana Cardoso (Estado de São Paulo), e da secretária Adriana Boggio (Prefeitura de São Paulo), além de Hermano Pinto (Informa Markets) 

Em seu pronunciamento, citou algumas alternativas que já estão sendo estudadas e praticadas pelo setor, como a substituição de materiais no ato de produção do concreto, a adição de agregados reciclados na mistura, o uso de concreto autoadensável, a busca por materiais mais resistentes e a redução de matéria-prima para a produção.

Outra tecnologia disponível é, no projeto estrutural, buscar diminuir o volume dos pilares por meio do uso de concretos com maior resistência à compressão e com taxa ótima de armadura. Paulo Helene apresentou um estudo que demonstrou que, apesar de concreto com maiores resistências aumentar o consumo de cimento por metro cúbico de concreto, no balanço de seu uso na estrutura, as emissões acabam sendo menores. “Um metro cúbico de concreto com 50 MPa emite mais carbono, mas seu impacto é menor em termos de potencial de aquecimento global, porque a seção do pilar é menor e usa menos concreto”, argumentou.

A Abcic foi representada no evento pelo arquiteto Paulo Santos, coordenador de Projetos Especiais, que ressaltou a excelência do evento e do conteúdo ministrado. A se ver, o Ibracon está alinhado à Abcic no entendimento de que a industrialização tem um papel importante para o aprimoramento da construção civil. “Os materiais têm evoluído constantemente, mas é preciso industrializar para aproveitar todos os benefícios advindos de sua utilização. Quando se trata de UHPC, concreto autoadensável, transformação do canteiro de obras para um canteiro de montagem, mais racionalização, sustentabilidade e modernização, não é possível continuar construindo da forma convencional”.

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