DE OLHO NO SETOR

O evento foi encerrado pelo engenheiro Fernando Stucchi, que relembrou a história da engenharia brasileira, destacando diversos engenheiros que foram fundamentais para o atual estágio do setor. Em 1926, o engenheiro Emílio Baumgart projetou o edifício Zenaide, um marco da engenharia nacional. “Trabalhamos na reabilitação de estruturas, seguindo a lógica introduzida por Baumgart, que já empregava conceitos de cantilever. Na década de 1930, a aplicação de reforços em ferrovias estabeleceu novos padrões de resistência. Já nos anos 1960, nomes como Lobo Carneiro aproximaram a engenharia nacional de instituições como o Centro de Estudos de Betão (CEB) e a Federação Internacional do Betão (FIP), fortalecendo o intercâmbio técnico-científico”, contou Stucchi.
Ele comentou sobre os desafios atuais em termos de projeto e teceu considerações sobre a relevante contribuição para a engenharia nacional, pela integração e trabalho junto à fib. “O Brasil retomou sua conexão com a fib, reforçando o compromisso com a pesquisa, o projeto e o desenvolvimento de normas técnicas. Essa integração é essencial para nosso país”, disse Stucchi.
Entre os desafios atuais, ele alertou para os riscos de corrosão em pontes localizadas em regiões litorâneas, onde a combinação de vento e água salgada intensifica o desgaste. “Precisamos continuar avaliando o comportamento das estruturas e identificar pontos vulneráveis, garantindo a segurança e a longevidade das nossas obras”, concluiu.
O Seminário “Temas Centrais relacionados ao Código Modelo da fib - MC 2020, normas internacionais e sustentabilidade” contou com o apoio da ArcelorMittal, Belgo Arames, Cassol Pré-Fabricados e Leonardi Construção Industrializada.
Em todos os dias do Congresso, a delegação da fib teve a oportunidade de confraternizar com empresas do setor no país: Cimento Itambé, CSN e Evehx, sendo que no jantar da Evehx, a engenheira Íria Doniak foi homenageada.
Outras atividades do Congresso
A programação do Congresso Brasileiro do Concreto contou ainda com o IV Seminário Materiais não Convencionais para Estruturas de Concreto, Fibras e Concreto Reforçado com Fibras, coordenado pelo professor Marco Antonio Cárnio, que afirmou que avanço tecnológico da utilização dos materiais não convencionais estimulou o aprofundamento de estudos relacionados ao tema. Neste sentido, o CT303 IBRACON/ABECE tem sido fundamental para o desenvolvimento de requisitos e procedimentos para projeto e execução, que contribuíram para a normalização desses materiais.

A engenheira Ligia Doniak, coordenadora de Projetos Especiais – Tecnologia da Abcic, ministrou a palestra “UHPC: um caminho sustentável para a pré-fabricação”, demonstrou como a indústria nacional e internacional está evoluindo no tema, incluindo a apresentação de cases internacionais. “Os materiais não convencionais para estruturas de concreto estão ganhando mais importância na construção civil considerando os aspectos de desempenho e sustentabilidade. Em especial, a pré-fabricação em concreto pode-se beneficiar dessas tecnologias melhorando os processos de produção. E no caso do CRF (Concreto reforçado com fibras) e UHPC (Ultra High Performance Concrete) também reduzindo volume de concreto utilizado nos elementos com grande impacto em logística em transporte e montagem”, afirmou.