DE OLHO NO SETOR
Evento foi realizado na sequência do XVI Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas, oferecendo a oportunidade de congregar experiências e conhecimentos, realizar networking e por celebrar a engenharia de projetos no Brasil e no mundo
O professor Paulo Helene, da Universidade de São Paulo (USP), junto com seu aluno, Rafael Silva, participou também de uma sessão técnica, mostrando um método alternativo para calcular a resistência à compressão do concreto, que utiliza modelos dependentes do tempo para desenvolvimento e redução de resistência, a fim de determinar uma variável fcd. A abordagem resultou em uma faixa mais ampla de valores de fcd. “Em nossa avaliação, isso oferece uma análise mais precisa e potencialmente mais econômica e sustentável, sem comprometer a segurança.”
O professor Mounir Khalil El Debs, da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP), tratou do trabalho sobre conexão viga-pilar para estruturas de concreto pré-moldado com componentes de concreto de alto desempenho. Em geral, as conexões são importantes para o projeto com pré-moldado de concreto. “Em edifícios de múltiplos pavimentos, as conexões viga-pilar possuem papel fundamental para o comportamento da estrutura e também pelo número e repetições”, comentou. A proposta apresentada baseia-se na utilização de componentes pré-fabricados de concreto de alto desempenho para a fabricação de consolos e vigas com extremidades aparadas, que mostrou como vantagem a possibilidade de os pilares serem executados com fôrmas metálicas sem recortes, o que permite o posicionamento dos consolos em qualquer posição, e a possibilidade de ocultação da ligação.
Já Ligia Doniak trouxe o caso de Lundo Bridge, em Luanda (Angola), com 661,4 metros de comprimento, cuja estrutura, que está em construção, é composta por três segmentos: vigas longarinas pré-fabricadas, uma seção central estaiada com seção transversal tricelular e dois acessos curvos constituídos por vigas caixão. “O projeto da ponte inclui vigas pré-moldadas pós-tensionadas devido a limitações na fabricação em campo.
Para melhorar a eficiência estrutural, o pilar é inclinado 20° em direção ao vão menor, criando momentos de base significativos”, contou. Em Luanda não há um arcabouço normativo representativo, por isso os engenheiros utilizaram as normas europeias (Eurocode).
Os participantes do Simpósio também puderam conhecer, através de visitas técnicas, o Maracanã, Parque Olímpico e Serra das Araras. O evento foi encerrado pelo engenheiro italiano Marco di Prisco, professor da Universidade Politécnica de Milão, que será o presidente da próxima edição do International fib Symposium on Conceptual Design of Concrete Structural, a ser realizada entre os dias 1 e 3 de setembro de 2027, no Lecco Campus, da Escola Politécnica de Milão, na Itália.
Em sua avaliação, o evento no Rio atraiu importantes engenheiros projetistas do mundo e teve uma grande ideia, ao colocar, lado a lado, os membros jovens e sêniores para apresentar os cases, mostrando o papel de cada um na elaboração dos projetos. Outro sucesso foi a seleção dos “keynote speakers”. “As sessões técnicas foram igualmente um acerto, apenas que, ao usar salas diferentes, não foi possível acompanhar todos os conteúdos.
Sobre o que esperar da 5ª edição do Simpósio da fib, di Prisco contou para a Revista Industrializar em Concreto que espera manter o alto nível apresentado no evento do Rio de Janeiro. “Vamos unir a experiência de engenheiros projetistas de estruturas que atuam há mais tempo no mercado, com novos engenheiros, da mesma maneira, porém, buscando novas ideias junto ao YMG para enriquecer a próxima edição”, adiantou.
A Escola Politécnica de Milão é uma das mais consagradas da Europa e possui a capacidade para receber a quantidade de profissionais que normalmente participam dos eventos da fib. O Lecco Campus possui uma estrutura moderna, construída em 2014, no local onde antes era um hospital. A escolha pelo mês de setembro é devido ao clima ameno naquele continente.