Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 21 - dezembro de 2020

INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA

Sinergia entre a industrialização em concreto e a arquitetura contemporânea fomenta construções inovadoras em diversas áreas

Possibilidade da utilização do pré-fabricado de concreto em obras de portes distintos e finalidades variadas, atendendo projetos arquitetônicos ousados e diferenciados, reforçam a versatilidade do sistema construtivo, cujos resultados, segundo os arquitetos, são extremamente positivos para os atores envolvidos na obra e para o público final

Escola para o Colégio Poliedro, obra de Paulo Sophia Arquitetura

Além dos benefícios citados por Oliveira, o sócio do escritório FGMF cita ainda a qualidade da execução da obra, o controle do número de peças, praticidade e rapidez na montagem, controle preciso de custos da obra e a possibilidade do uso de outros sistemas estruturais de forma híbrida. “Nos três cases citados, tivermos dois grandes sucessos e um moderado por conta de especificidades do terreno. Acho interessante frisar que são projetos que rompem o preconceito geral quanto a estética do pré-moldado em obras de alto padrão, e que se provaram muito bem aceitas pelo público em geral. O edifício Corujas, por exemplo, recebeu diversos prêmios e tem um dos aluguéis mais altos de espaços corporativos em São Paulo”, evidencia.

Sede da Petrobrás, em Macaé, no Rio de Janeiro, obra de Sidonio Porto Arquitetos Associados.

Marcio Porto e Sidonio Porto: “A industrialização com amplo uso tecnológico será sempre o caminho adequado ao nosso tempo”

A questão da estética também é mencionada por Paulo Sophia. “O uso do pré-fabricado de concreto abre aos arquitetos uma possibilidade de desenvolvimento de linguagens próprias e grande impacto na qualidade dos espaços públicos. Com pré-fabricados não existe impedimento formal ou do exercício da criatividade dos arquitetos”, acentua. A seu ver, o resultado do uso de pré-fabricado surpreende tanto nos aspectos formais quanto econômicos. 
Outro ponto trazido por ele foi a contribuição das associações, como a Abcic, em seus programas de certificação, para melhorar ainda mais o desempenho do sistema construtivo. Nesse sentido, a Abcic possui o Selo de Excelência, programa indutor do desenvolvimento tecnológico do setor, ao fomentar a gestão integrada de qualidade, segurança e meio ambiente, criando um ambiente favorável para introdução de novas tecnologias e adoção de tendências.
Preservação ambiental
Ainda sobre os benefícios, um ponto também importante é o menor impacto ambiental ocasionado pela industrialização. Atualmente, existe um movimento global em buscar a descarbonização de diversos setores da economia, por meio de soluções que mitiguem a emissão de carbono na atmosfera, a fim de manter o aquecimento global abaixo de 2°C, conforme o Acordo de Paris. O Brasil foi um dos países que assinou esse tratado. 
Nesse contexto, a indústria de pré-fabricados tem feito sua parte e as empresas que contam com o Nível III do Selo de Excelência Abcic foram auditadas levando em conta os aspectos socioambientais, ou seja, as ações e atividades promovidas por cada uma delas para a diminuição do seu impacto ambiental. 

Sede da Construtora Ápia, obra da ARQ Projetos

Sede da Transpés, obra da ARQ Projetos

“Hoje sustentabilidade é um tema central de nossas ações. Controle de resíduos, reciclagens e reutilização múltipla das formas sejam metálicas ou de madeira. É papel e responsabilidade de todos os técnicos envolvidos nos processos industriais da pré-fabricação em concreto definir ações e propor novos conceitos para a minimização do impacto ambiental de nossas obras”, explana Sophia.
Para Campos, a pré-fabricação é uma das principais aliadas para promover uma sustentabilidade maior na área da construção civil. Por isso, o desenvolvimento de componentes mais amigáveis para a sustentabilidade é uma meta. “A eliminação de desperdício advinda de uma produção controlada e da transformação do canteiro de obras em um local de montagem já aponta nessa direção”, exemplifica. Ele também ressalta o papel da tecnologia nesse processo. “Quando a indústria conseguiu trabalhar com peças mais esbeltas, houve a diminuição do consumo de cimento, diminuindo as emissões. Isso significa que tudo o que é feito em termos para melhorar a tecnologia do concreto traz também benefícios ao meio ambiente”. 

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