ARTIGO TÉCNICO
Figura 7. Variação da resistência à compressão do concreto nos pilares. (a) Valores absolutos. (b) Valores relativos.
Figura 8. Variação da resistência à compressão do concreto nas vigas –ao longo do comprimento.
Figura 9. Variação da resistência à compressão do concreto nas vigas (valores relativos) – ao longo do comprimento.
Os perfis de resistência à compressão mostram que tanto os concretos auto-adensáveis como o concreto convencional têm maior resistência na proximidade da base dos pilares, e as resistências diminuem da base para o topo dos pilares. Apesar dessa similaridade, os CAAs apresentaram queda mais pronunciada da resistência na porção inferior dos pilares, enquan- to que no concreto convencional essa queda ocorre mais intensamente na região superior dos pilares. A diferença de resistência à compressão foi maior para o concreto convencional (TC), da ordem de 22%, enquanto foi de aproximadamente 13% para ambos CAAs. Não foram encontradas diferenças significati- vas entre os concretos auto-adensáveis com 600mm e 800mm de espalhamento.
Para os pilares, os coeficientes de variação da resis- tência à compressão foram de 8.5% para o CAA com espalhamento de 600 mm (T1C); 8.4% para o CAA com espalhamento de 800 mm (T2C) e 10,8% para concreto convencional vibrado (TCC). As diferenças de resistência à compressão nos pilares foram esta- tisticamente significativas ao nível de significância de 90% para todos os concretos.
VARIABILIDADE DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO NAS VIGAS
Nas Figuras 8 e 9 estão apresentados os resultados de resistência à compressão obtidos ao longo do compri- mento das vigas, e na Figura 10 a variação ao longo da altura. Todos os resultados correspondem à resistência média para cada local e cada concreto.
As vigas apresentaram maior resistência nas proximi- dades da região onde o concreto foi lançado. Isso foi particularmente verdade para os CAAs, enquanto que a variação da resistência à compressão ao longo do com- primento da viga foi muito menor para o concreto con- vencional vibrado. Os perfis de resistência à compressão foram significativamente diferentes entre os dois CAAs. Para T2, o CAA mais deformável, houve uma grande di- minuição na resistência na proximidade da região onde o concreto foi lançado, o que foi explicado pela maior in- corporação de ar. Isto não foi observado para o concreto T1 (espalhamento de 650mm), que apresentou uma va-riação mais gradual e menor queda na resistência com o distanciamento da região de lançamento do concreto. Para as vigas, os coeficientes de variação da resis- tência à compressão foram de 5.7% para o CAA com espalhamento de 650 mm (T1B); 9.6% para o CAA com espalhamento de 800 mm (T2B) e 3.4% para o concreto convencional vibrado (TCB). As diferenças das resistências à compressão ao longo do comprimento das vigas não foram estatisticamente significativas ao nível de confiança de 90%.
A variação de resistência à compressão do concreto foi significativa ao longo da altura das vigas. Resistên- cias mais elevadas foram obtidas próximo às bases das vigas. As variações dos concretos T2 e TC foram as mais pronunciadas. O CAA com maior espalhamento apresentou maior variação de resistência do que o de menor espalhamento.
RELAÇÃO ENTRE SEGREGAÇÃO DOS AGREGADOS GRAÚDOS E RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
A variação da densidade superficial de agregado graúdo (DSAG), determinada em diferentes localizações dos elementos de concreto, teve boa correlação com a variação de resistência à compressão ao longo da altura dos pilares. As diferenças máximas de DSGA foram de 7.1% para o CAA com espalhamento de 650mm, 3.1% para o CAA com espalhamento de 800mm e 0.9% para o concreto convencional vibrado. Por outro lado, não houve correlação entre os valores absolutos de DSGA e as resistências à compressão medidas nos testemunhos de concreto. Para as vigas, não foi observada correlação entre o os valores de DSGA e as resistências à compressão obtidas.